quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A Prostituta de Rouault, por Ana Sofia

Vou fazer este trabalho com a intenção de esclarecer o que e o expressionismo e a sua importância na sociedade, falando então do grande pintor Georges Rouault e falar de uma das suas grandes obras.
O Expressionismo:
No norte da Europa, a celebração fauvista da cor foi levada a novas profundidades emocionais e psicológicas. A partir de 1905, o expressionismo desenvolveu-se quase simultaneamente em países diversos. O alemão, em especial, caracterizado por cores intensas e simbólicas e imagens exageradas, tendia a abordar os aspectos mais sombrios e sinistros da alma humana.
Embora o expressionismo tenha adquirido caráter nitidamente alemão, o francês Georges Rouault (1871 – 1958) foi quem uniu os efeitos decorativos do fauvismo à cor simbólica do expressionismo germânico. Rouault foi colega de Matisse na academia de Moreau e expôs com os fauvistas, mas sua paleta e sua temática profunda o colocam como um dos primeiros expressionistas, ainda que isolado. A obra de Rouault tem sido descrita como “o fauvismo de óculos escuros”.
Rouault era muitíssimo devoto, e alguns o consideram o maior artista religioso do século XX. Começou como aprendiz de vitralista, e o amor a contornos severos que contenham cores radiantes dão vigor e enternecimento a suas pinturas de prostitutas e palhaços. Ele não julga essas desventuradas figuras, mas a extrema piedade com que as mostra causa poderosa impressão; assim, Prostituta no espelho é um libelo feroz contra a crueldade humana.

O Quadro

A mulher é uma caricatura de feminilidade, embora a pobreza ainda a leve a ataviar-se miseravelmente diante do espelho, na esperança de encontrar trabalho. O quadro, porém, não deprime; antes, oferece a esperança da redenção. Para Rouault, essa obra é, se não exatamente religiosa, pelo menos profundamente moral. Trata-se de uma triste versão feminina dos Cristos torturados que ele pintou, uma figura desacreditada, menosprezada e escarnecida.
A ponte para o futuro:
A Brücke (Ponte) foi o primeiro de dois movimentos expressionistas que surgiram na Alemanha durante as primeiras décadas do século XX. O grupo formou-se em Dresden em 1905, e seus membros encontravam inspiração na obra de Van Gogh e Gauguin e na arte primitiva. Munch também era forte influência, tendo exposto em Berlim a partir de 1892. Ernst Ludwig Kirchner (1880 – 1938), o espírito condutor da Brücke, queria que a arte alemã fosse uma ponte para o futuro. Insistia para que o grupo, no qual se incluíam Erich Heckel (1883 – 1970) e Karl Schmidt-Rottluff (1884 – 1976), “expressasse convicções intimas [...] de modo sincero e espontâneo”.
Os fauvistas, mesmo em seus momentos mais desenfreados, conservavam um sentido de harmonia e projeto, mas a Brücke abandonou tal freio. Seus integrantes usavam imagens da cidade moderna para comunicar com figuras e tons distorcidos a idéia de um mundo hostil e alienante.

Filho de um marceneiro que trabalhava numa fábrica de pianos, Rouault nasceu num dia em que a Comuna de Paris estava a ser bombardeada pelas tropas francesas.
Os seus primeiros contactos com a arte deram-se na Escola de Artes Decorativas. Frequentava essa escola nos seus tempos livres, porque trabalhava como aprendiz no atelier de um mestre vidreiro.
Em 1890 matriculou-se na Escola das Belas Artes de Paris nas aulas dadas por Élie Delaunay. Com a morte de Delaunay, passou a ter aulas com Gustave Moureau que foi também professor de Matisse e de Marquet.
Rouault teve durante alguns tempos da sua vida o cargo de conservador do Museu Moreau.
Em 1908 casou-se com uma pianista de nome Marthe le Sidaner.
Em 1925 foi agraciado com o título de Cavalheiro da Legião de Honra como também já o fora Auguste Renoir.
Com a morte de Rouault o estado francês recebeu da família do artista cerca de oitocentas obras inacabadas.
A sua obra mais importante é, segundo alguns críticos, a série de pranchas que compõem a Miserere. Esta obra que devia ser constituída por 50 pranchas sobre Miserere e 50 pranchas sobre a guerra, acabou por ser formada só por 58 pranchas.