quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Fomos ao teatro na Sexta, dia 16. No Visões Úteis ao Campo Alegre (Metro: Casa da Música).

Sexta-feira, dia 16, fomos ao Teatro e completamente grátis. Foi no Teatro do Campo Alegre, o grupo chama-se Visões Úteis e foi às 14:30. A peça foi Eu que Servi o Rei de Inglaterra e tem a seguinte apresentação:

“Esta celebração interminável.Vai ser a minha morte.”

“Eu que servi o Rei de Inglaterra” do checo Bohumil Hrabal (adaptado): de um lado, um homem prepara a mesa onde será servida uma grande refeição. Do outro, um homem senta-se dignamente à mesa saboreando a sua refeição. A imagem pode ser enganadora ­ o primeiro prepara-se para seguir o exemplo dos homens bem sucedidos que até aí serviu, e o segundo é de facto um condenado à morte.Dois monólogos que representam as duas faces daquele momento em que o mundo se divide entre os que celebram e os que são marginalizados ou mesmo eliminados.

Alunas do 12ºB em campanha fotográfica em Gaia!

Meritória, esta acção da Ana Sofia, da Tânia, da Diana, da Rute e da Catarina que estiveram presentes no dia 10 de Novembro (um mês importante a todos os níveis!) numa sessão fotográfica no cais de Gaia e inserida no 1º Festival de Frestas que vai ter lugar todos os anos com actividades ligadas ao mar.
Estas fotografias (belíssimas como vão ter oportunidade de ver) vão servir para um leilão na escola EB, dia 7 de Dezembro, num jantar volante servido pelo CEF de Empregados de Mesa e os lucros reverterão para a organização Mundo a Sorrir que têm acompanhado alguns alunos do Cerco que necessitam de intervenções a nível dentário. As fotos serão expostas numa exposição, ainda antes do Natal.
A escola agradece-vos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O Mundo pré-Segunda-Guerra: a crise de 1929 e a situação dos principais países ocidentais, por Andreia Santos

O mundo entrava numa crise e o sistema capitalista esteve próximo do colapso. Os países europeus, que haviam recebido divisas americanas em forma de empréstimos para a reconstrução pós-guerra, viram na evasão do capital americano seu declínio. O desemprego e a miséria tomaram conta da Europa, principalmente da Alemanha, que já não encontrava meios de se sustentar. A população buscava na política novas esperanças e salvadores, e esta se dividiu em duas correntes: os comunistas, inspirados no equilíbrio que a URSS mostrava; e os fascistas, que se espelhavam no exemplo italiano e pregavam o nacionalismo e o ressurgimento alemão como uma grande potência. Prevaleceu a força fascista, levando Hitler e o partido nazista ao poder.
A crise que se abateu sobre o mundo delineou uma nova ordem mundial. A URSS fora o único país a não sofrer com a crise, graças a seu isolamento e ao regime socialista. Com isso, os soviéticos dependiam apenas deles para se manterem economicamente e, a partir da ascensão de Stalin, a industrialização cresce bastante, apesar de conquistada através de trabalhos forçados e miséria, mas, aos olhos capitalistas, a URSS mostrava-se opulente.
A Alemanha, depois da moratória Hoover, que a isentava de pagar as indemnizações de guerra (o que irritou profundamente os franceses), voltasse para a recuperação de sua indústria e o fim do desemprego e da miséria. Seguindo o modelo italiano, o Estado alemão se encarregou de “abastecer” a população e criar empregos em obras públicas e na remilitarização. Apoiados nas teorias de superioridade da raça germânica e no revanchismo por Versalhes, os alemães ressuscitaram a economia, transformando-se em 1935-36 novamente numa potência, criando uma máquina de guerra impressionante, com armamentos modernos e treinamentos eficazes. Ao contrário, França e Inglaterra não sofreram tanto com a depressão, tinham moedas fundadas no padrão-ouro e uma industrialização regular. A França foi menos afectada pela crise, pois não era tão dependente do mercado internacional quanto a Inglaterra, porém, a partir de 1933, a economia francesa entra em crise O franco se desvalorizava tentando manter o padrão-ouro, enquanto os outros países o haviam abandonado. As importações caíram 60% e as exportações cerca de 70%. Suas indústrias estagnaram e o poderio bélico francês estava ameaçado num momento em que a Alemanha se mostrava muito mais perigosa. A indústria inglesa sofria de um mal muito semelhante, e a produção bélica se estagnara. Além da inferioridade bélica que era evidente entre esses países em relação à Alemanha, havia o temor, ainda latente, de uma nova guerra e das perdas por ela ocasionadas. Isso era observável na política apaziguadora de Chamberlain que, para evitar um novo conflito, acatava as exigências de Hitler, cedendo os Sudetos e aceitando a unificação da Alemanha com a Áustria, o que melhorou a condição económica alemã. Essa política só muda com a deflagração da guerra e a substituição do primeiro-ministro inglês por Churchil. O Japão aparecia como grande potência asiática, uma industrialização crescente e uma moeda forte e dominante no oriente. O poderio bélico era renovado constantemente, servindo também como escapatória para a crise e levando o Japão à conquista de um império, a começar pela Manchúria. Seu domínio no Pacífico incomodava os EUA e a URSS. De aliado na Primeira Guerra, o Japão passou a “inimigo das democracias ocidentais”. Os americanos, após a opulência conquistada no pós-guerra, viam sua economia em decadência após o crash de 1929. Para se reerguer, os EUA se isolaram e adoptaram algumas medidas influenciadas pelo keynesianismo. Esse conjunto de medidas foi chamado de New Deal. Com a implantação desse plano por Roosevelt, inicia-se a era do neocapitalismo ou capitalismo keynesiano, baseado na intervenção do Estado na economia, em lugar do liberalismo de Adam Smith. Com base nisso, o presidente americano aumentou as emissões monetárias, inflacionando o sistema, fez investimentos estatais de monta, proporcionou a realização de inúmeras obras públicas, estimulou uma política de pleno emprego entre outras medidas, o que activou o consumo e possibilitou a progressiva recuperação da economia. Em 1939, o país já contava com uma economia quase tão forte quanto em 1929, e com a guerra ela viria a se fortalecer ainda mais.
A crise de 29 fez ressurgir os nacionalismos e fascismos, precursores da Segunda Guerra Mundial.

Mais uma visão de O Grito de Munch, por Rute Teixeira


Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol

o céu ficou de súbito vermelho-sangue

eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a vedação

havia sangue e línguas de fogo sobre o azul-escuro do fjord e sobre a cidade

os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade

e senti o grito infinito da Natureza.


O Grito (no original Skrik) é uma pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O pano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista

Vemos ao fundo um céu de cores quentes, em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não um retrato da realidade). Vemos que a figura humana também está em cores frias, azul, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura, como se entortando com o berro, algo que reproduza as ondas sonoras. Quase tudo está torto, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo. Tudo que se abalou com o grito e com a cena presenciada está torto, quem não se abalou (supostamente seus amigos, como descrito acima) e a ponte, que é de concreto e não é "natural" como os outros elementos, continua recto. A dor do grito está presente não só no personagem, mas também no fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as outras pessoas a enxergam, é dolorosa também, a paisagem fica dolorosa e talvez por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem.

O Grito de Edward Munch, por Tiago Alves




O Grito de Edward Munch


O grito é uma pintura do norueguês Edward Munch (1863 – 1944), que é um dos precursores do expressionismo alemão.
Edvard Munch frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo, vindo a ser influenciado por Courbet e Manet. No campo das ideias, o pensamento de Henrik Ibsen e Bjornson marcou o seu percurso inicial. A arte era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade de 1886.

Burning cigarrete, auto-retrato de Edward Munch

Foi aos 30 anos (1893) que ele pintou o quadro “O Grito”, que tem como medida original 91x73.5 cm e está hoje exposto na Galeria Nacional de Oslo. Esta obra é considerada a sua obra máxima. O quadro retrata a angústia e o desespero e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor como na amizade.
Neste quadro vemos no fundo um céu de cores quentes, em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não o retrato da realidade). A figura humana também está em cores frias, cor de angústia e de dor, apresenta-se também sem cabelo o que demonstra um estado de saúde precário. A dor do grito está presente não só na personagem, mas também no fundo, a paisagem fica dolorosa e talvez por esta característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem, como se entrássemos no quadro e víssemos o mundo torto. Há também outra interpretação para este quadro. Na verdade, Munch colocou no quadro o desespero de pessoas de uma ilha onde ocorreu um tsunami e uma erupção vulcânica. É por isso que podemos ver o céu todo laranja, representando a erupção vulcânica, e o rio, representando o tsunami.
Este quadro foi roubado diversas vezes, tendo sido pela última vez encontrado em condições normais pela polícia norueguesa a 31 de Agosto de 2006.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A traição das imagens em Magritte, por Susana Pereira

Mas o que são na verdade todos esses objectos? (parece perguntar a obra de Magritte). Uma aparência enganosa, já que sua obra não contém objectos, mas somente representações pictóricas de objectos. "Isto não é um cachimbo" ("Ceci n'est pas une pipe"), provoca a frase pintada por ele debaixo de um cachimbo, que não era mesmo um cachimbo mas somente a pintura de um cachimbo. E feita esta distinção, vemo-nos às voltas não mais com um cachimbo (que nem era mesmo mas somente a pintura de um cachimbo) mas o cachimbo que não estava lá (considerávamos como se estivesse antes de vermos a frase).
A imagem pintada do cachimbo (consciente depois do raciocínio provocado pela frase), a ideia do cachimbo (acesa em nossa mente graças à provocação do artista). Com tantos cachimbos falsos, afinal não tínhamos um verdadeiro.

E não foi só com cachimbos que Magritte armou essas divertidas confusões. Muitos de seus quadros exploraram o uso das palavras, fosse negando o que mostrava a imagem, fosse atribuindo-lhe um novo significado. Assim, um relógio podia aparecer legendado como "o vento", enquanto um cavalo aparecia como "a porta". Segundo ele, "um objecto não está entranhado em seu nome de forma que não possamos encontrar um nome melhor para ele". Estas experiências bizarras com a linguagem traziam para a pintura aventuras que William James explorava na literatura ("a palavra cão não morde") e Wittgenstein na filosofia ("não podemos adivinhar a função de uma palavra sem examinar seu uso, e a dificuldade está em remover os preconceitos que bloqueiam este caminho").

Quem foi René Magritte?
Magritte nasceu em 1898 e morreu em 1967. Ao ser classificado de surrealista, reagiu e disse fazer uso da pintura com o objectivo de tornar visíveis os seus pensamentos. Magritte foi de facto um surrealista, mas foi também um pensador. O seu trabalho é sempre complexo e obriga ao raciocínio, à interpretação e ao estudo. Os quadros de Magritte não podem ser simplesmente vistos. Precisam ser pensados. Todo o surrealismo tem um trago de loucura que revela toda a genialidade.
Magritte detestava falar dos seus dados biográficos, afirmando: “Detesto meu passado, assim como o de qualquer pessoa. Detesto a resignação, a paciência, o heroísmo profissional e os belos sentimentos obrigatórios”
Ao procurar o mistério que envolve as coisas e os seres, Magritte concebeu quadros que, partindo da realidade quotidiana deveriam ter uma lógica diferente da habitual. Magritte representa o mundo do real e do imaginário com uma superficialidade misteriosa, que impõe ao observador a reflexão de que é através da lógica dos seus pensamentos e das suas associações e não da transfiguração sentimental que surge o misterioso.
Magritte cria também uma linguagem pictórica que não podemos ignorar e que permite aprofundar a compreensão habitual do quadro.
Opinião pessoal: Não me identifico com cachimbos. Apenas decidi escolher este quadro, porque achei bastante interessante como René Magritte explica o que desenhou: não é um cachimbo, porque não é de verdade e sim um desenho- Esta é base do Surrealismo.
E como me “chamou atenção” decidi fazer sobre este mesmo quadro.