segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Boas entradas para 2008, por favor!
Jornais portugueses - o exemplo de O Açoriano Oriental e de O Primeiro de Janeiro, por Susana Pereira
Introdução
Tendo como tarefa, elaborar um trabalho sobre os jornais portugueses, aqui ficam algumas ideias sobre este tema.
Primeiro começo por mostrar um pouco sobre “a história do jornal”, onde explica um pouco como surgiu e onde. Depois, também decidi postar “o que é o jornal”, falando de algumas características deste.
Por fim, destaco dois dos jornais mais antigos de Portugal – “Açoriano Oriental” e ”O Primeiro de Janeiro:
História do Jornal
O primeiro jornal surgiu no Ocidente, ainda na Antiguidade, com a “Acta Diurna”, publicado sob ordem de Júlio César na Roma Antiga.
A edição de vários títulos de jornais e outras publicações foi amplamente facilitada a partir da invenção da prensa móvel por Gutenberg.
Somente com a Revolução Industrial, no século XVIII, é que o jornal ganhou formatos semelhantes ao que se tem hoje, e como meio de comunicação, se consolidou como fonte principal de informação da sociedade ocidental.
Já em culturas da Ásia, os jornais seguiram caminhos mais identificados com a divulgação de informações por fontes oficiais de poder.
O que é o Jornal?
O Jornal é um meio de comunicação impressa (os vários títulos, são chamados de "veículos de comunicação"), e tem como característica: o uso de "papel de imprensa" – mais barato e de menor qualidade que os utilizados pelas revistas –, as folhas geralmente não são grampeadas, sendo usado os grampos com frequência em cadernos especiais e/ou edições destinadas a colecção, e as capas não usam papel muito grosso, como acontece com as revistas, e os mais importantes possuem periodicidade diária. Os jornais diários da chamada "grande imprensa" possuem conteúdo genérico, pois publicam notícias e informações de interesse público. Mas há também jornais diários com conteúdo especializado em economia e negócios, e outros com periodicidade semanal, quinzenal, mensal, tanto de conteúdo genérico, como também voltados a assuntos específicos destinados a públicos segmentados.
Dois dos jornais Portugueses mais antigos:
O jornal “Açoriano Oriental” é o jornal mais antigo de Portugal e está entre os dez mais ‘velhos’ do Mundo. Foi fundado a 18 de Abril de 1835, (172 anos), num período que corresponde a um momento áureo do jornalismo a nível nacional e internacional. Quatro meses antes do aparecimento da publicação, tinha sido promulgada a primeira lei de liberdade de Imprensa em Portugal.
O “Primeiro de Janeiro” conta já com 139 anos.
Este diário conta na sua história com inúmeros exemplos de inovação e liderança na imprensa. Jornal que “nasceu” na cidade do Porto, em 1868. Ainda hoje, continua a ter lugar privilegiado, bem como a Área e Região em que se insere.
Em Junho de 1999, retomou ao suplemento literário semanal, "das Artes das Letras" (criado em 1942). Em Julho do mesmo ano, nasceu o Suplemento "Justiça e Cidadania". Único na imprensa portuguesa e destinado ao sector forense, já integrou os hábitos mensais dos nossos leitores mais interessados. Em Setembro, também do mesmo ano, espaço para os Concelhos.
Semanalmente, a informação sobre tudo o que lá acontece, de forma pormenorizada. É a nossa maneira de dar a conhecer tudo o que merece ser divulgado.
É importante reflectir, que uma grande maioria de jornais, já podem ser consultados através da internet. Onde podemos ler as noticias mais recentes de cada um. Sem gastarmos dinheiro a comprar o jornal todos os dias.
Fazendo-o desta forma online.
É uma maneira de a população poupar tempo e, também, poupar a nível monetário.
Conclusão
Concluído este trabalho, posso afirmar que fiquei a entender mais sobre este tema. Isto porque, havia alguns aspectos que desconhecia.
Achei interessante abordar, pelo menos, estes dois jornais portugueses. Pois, surgiram no nosso país e merecem todo o orgulho dos portugueses.
Jornais que já fizeram e ainda fazem parte do dia-a-dia de milhares de pessoas, já durante centenas de anos. Devem ser falados como tal.
No entanto, devo sublinhar que, é de lamentar não haver uma pesquisa alargada onde se possa observar sobre este tema. Tive grandes dificuldades em concluir este trabalho, porque na internet a pesquisa sobre, este tema, é bastante escassa.
Bibliografia
Para concluir este trabalho pesquisei nos seguintes sites:
Http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornal
Http://br.answers.yahoo.com/question/index? Qid=20070316134606AAQyLO3
Http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=quemsomos
Http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=225948&idselect=92&idCanal=92&p=200
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
A Banda Desenhada, por Susana Azevedo
As principais caracteristicas da cultura de massa são: elaborada para ser transmitida às grandes massas na forma de bens e consumo culturais; direcciona-se para o imediato e para o culto da novidade, para a fuga aos problemas do quotidiano (desejo de evasão); multifacetado quer nos conteúdos, formas e duração; aborda os temas de modo superficial; é difundida pelos mass media; tende a formar um “tipo de pessoa média” (modelos de comportamento, atitudes, valores...); recorre à publicidade e à propaganda com dupla função: económica e sociocultural.
A Banda Desenhada
A Banda Desenhada representou também um género com grande popularidade. De facto, a história em quadradinhos tornou-se um sucesso mundial e é incontestável a sua importância como meio de comunicação. Heróis de Banda Desenhada transformaram-se em símbolos nacionais e internacionais, tais como: Super Homem, Mandrake, Fantasma, Tio Patinhas, Donald, Tarzan, Timtim e tantos outros...
Dos seus criadores / desenhadores destacou-se também Walt Disney, um realizador de renome universal, no cinema de animação, que corresponde na literatura à Banda Desenhada.
Daremos especial atenção à personagem Mikey Mouse criada por Walt Disney.
Mickey Mouse (Rato Mikey) é uma personagem de desenho animado criada por Ub Iwerks que se tornou, eventualmente, o símbolo da The Walt Disney Company. A personagem de Mickey nasceu a 18 de Novembro de 1928, e a sua reprodução vocal era desempenhada por Walt Disney (entre 1928 e1946). Evoluiu de uma simples personagem de cartooning e tiras cómicas para uma das personagens mais conhecidas do mundo. Depois de Walt Disney, foi James G. MacDonald que assumiu a vocalização do Mickey e, desde 1983, passou para Wayne Allwine, um aprendiz de James G. MacDonald.
Na banda desenhada atual, o seu melhor amigo é Pateta, o seu cachorrinho é Pluto e a sua namorada é Minnie. Há uma linha de histórias em que aparece o personagem Esquálidus, criado por Floyd Gottfredson. Em certas histórias Mickey costumava andar com o Pato Donald (ambos moram na mesma cidade, Patópolis), mas os universos dos dois são separados.
Tipicamente, Mickey surge em calções vermelhos e sapatos amarelos, uma homenagem que seu criador, Walt Disney, fez à Ordem DeMolay, da qual era membro. Também foram e são feitas edições sobre variadíssimos temas; num deles, Mickey é um detetive, e veste casaco e todo o traje costumeiro. Um dos temas mais conhecidos é o duelo constante com o inimigo Bafo-de-Onça e, noutro tema, também enfrenta o Mancha Negra.
Em Portugal a publicação das bandas desenhadas coube à Editora Abril. Além de seu próprio título mensal, Mickey foi destacado como personagem num dos manuais Disney e no Grande Livro Disney (1977).
Conclusão
Após a elaboração deste trabalho sobre Banda Desenhada com a particularidade de mencionar superficialmente a história do Mikey Mouse podemos concluir que, tal como os outros meios de comunicação a Banda Desenhada foi igualmente revolucionária.
Apesar de este meio de comunicação se “exprimir” de forma “animada” e em quadradinhos tinha tanta influência ou mais do que todos os outros. Esta força expressiva evidênciava-se tanto na forma cómica como irónica.
Actualmente, a Banda Desenhada é quase como que obrigatória a sua presença em todos os meios de comunicação de diversas temáticas. Por exemplo, podemos vê-las em jornais gerais como desportivos, revistas de imprensa cor-de-rosa como ciêntificas...
http://www.kermijul.pe.kr/11-mouse/minnieandmickey.jpg
http://blog.estadao.com.br/blog/media/Walt_in_office.JPG
Os Jogos Olímpicos, por Andreia Teixeira
Em 1896, realizaram-se os primeiros jogos olímpicos da era moderna, em Atenas. Os jogos olímpicos fomentaram a ideia do desporto mundial. Em 1936, temos Hitler a manipular politicamente os jogos olímpicos, sendo os mesmos privilegiados para a propaganda política.
1896
Os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna foram realizados em Atenas, Grécia, berço dos jogos da antiguidade, entre os dias 6 e 15 de Abril de 1896, com a participação de 241 atletas, todos homens, representando catorze países, graças ao empenho visionário do francês Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, idealizador do renascimento dos jogos existentes na Grécia antiga, mentor do movimento olímpico e fundador do Comité Olímpico Internacional.
Sem qualquer experiência na organização de semelhante evento, os organizadores dos primeiros jogos quase arruinaram a própria competição, graças a uma diversidade de datas, pois os gregos utilizavam então o antigo calendário juliano paralelo ao convencional usado pela civilização ocidental, fazendo com que ocorresse uma diferença de doze dias entre ambos, o que atrapalhou a inauguração dos Jogos e a chegada dos atletas dos diversos pontos do planeta.
A cerimónia de inauguração acabou acontecendo num domingo de Páscoa, com o discurso de abertura proferido diante de cem mil espectadores pelo próprio Jorge I, da Grécia, após a inauguração de uma estátua – que existe até os dias de hoje – na entrada do Estádio Panathinaiko, principal palco das competições e uma maravilha arquitectónica toda de mármore, em homenagem ao rico financista ateniense Georgius Averoff, responsável pela restauração e modernização do estádio e financiador da organização do evento, o que impediu seu cancelamento antes mesmo de iniciado, devido às graves condições do cenário real grego.
1936
Os Jogos Olímpicos de 1936 foram realizados em Berlim, na Alemanha, entre 1 e 16 de Agosto, com a participação de 4066 atletas, sendo 328 mulheres, que representaram 49 países, em 22 modalidades desportivas, tornando-se até então os mais grandiosos, bem realizados, ricos e politicamente explorados Jogos Olímpicos até então.
Abertos com grande luxo no espectacular e moderno Estádio Olímpico de Berlim pelo ditador nazista Adolf Hitler, o Fuehrer do III Reich alemão, os Jogos se propunham, subliminarmente, a demonstrar na prática as teorias de superioridade racial ariana proclamada pelo líder nazista e seus seguidores, que não pouparam tempo e recursos para produzir a melhor equipa olímpica nacional já montada para disputar o evento. Infelizmente para o Führer, um pequeno grupo de atletas, os negros norte-americanos, iriam demonstrar na prática a falácia das teorias hitleristas, conquistando a maioria das medalhas do atletismo, a modalidade mais importante dos Jogos, liderados por Jesse Owens, um neto de ex-escravos, que ganhou quatro medalhas de ouro nos 100m, 200m, revezamento 4x100 e salto em distância, em pleno estádio de Berlim cheio de arianos loiros e estupefactos, no mais emblemático episódio da história dos Jogos Olímpicos.
Imagens:
http://www.museudosesportes.com.br/img_noticias/11268.jpg
http://www.olympic.org/upload/games/1936S_poster_b.jpg
http://www.arikah.net/commons/en/thumb/b/bf/900px-Olympic_flag.svg.png
http://www.museudosesportes.com.br/img_noticias/1219.jpg
Conclusão
Podemos concluir que apesar de toda a propaganda de Hitler sobre as suas ideias racistas, não teve grande sucesso, por ironia do destino o grande herói dos jogos olímpicos de 1936 foi um atleta negro dos E.U.A, Jesse Owens.
Sabemos ainda que os jogos olímpicos decorrem nos dias de hoje.
A Imprensa no Século XX, por Andreia Santos
Introdução
Podemos começar, dizendo que a imprensa do século XX, foi um meio de comunicação de massa, isto é, capaz de difundir a informação por um grande número de pessoas e, simultaneamente, a grandes distâncias. A imprensa escrita foi capaz da uniformização dos comportamentos da sociedade (Estandardização de comportamentos).
O século XX chegava com a euforia futurista da revolução tecnológica. Os jornais começavam-se a transformar em empresas e a adoptar o telefone e o telégrafo como ferramentas de seu cotidiano. Os jornais ganhavam em actualidade e integração com pontos remotos e de difícil acesso. O passo seguinte foi a ampliação de redes de informação, com o estabelecimento de redes de correspondentes e enviados ao exterior. Além das agências de notícias, os jornais investiam cada vez mais em estruturas necessárias para obter informações de qualidade, em primeira mão e exclusiva. O conteúdo também passava por transformações. Declinava o folhetim que ia sendo substituído pelo colunismo, o artigo político pelas entrevistas, mais informações do que catequese, embora se procurasse a opinião desde que parecesse imparcial.
No começo do século XX surgiram alguns dos jornais que desempenharam e até hoje desempenham papel fundamental na vida brasileira, como o Jornal do Brasil e o Correio da Manhã, que nasceu e morreu na década de 1960. Mais tarde vieram A Noite (1911), de Irineu Marinho, e o O Jornal, adquirido por Assis Chateaubriant em 1913. Essas duas iniciativas foram o começo de uma série de empreendimentos que resultaram nos mais significativos fenómenos da comunicação no Brasil: a Rede Globo e os Diários Associados. Como o assunto, aqui, é imprensa, Chato, como o Brasil passou a conhecê-lo, montou uma cadeia de jornais que cobria todo o país e lançou a revista O Cruzeiro, um semanário ilustrado, que nos anos 50 chegou a vender 700.000 exemplares. E a iniciativa de Irineu Marinho transformou-se, na gestão de seu filho Roberto Marinho, no maior complexo de comunicação da América Latina e um dos maioresdo mundo.
Mas o que marcou a imprensa no início do século XX foi o surgimento de várias revistas ilustradas. Graças aos avanços tecnológicos no processo de impressão e da evolução das artes gráficas foi possível chegar a resultados surpreendentes. Um exemplo é a revista Kosmos, dirigida por Mário Behring de 1904 a 1906. Nela escreviam Artur Azevedo, Paulo Barreto, João Ribeiro, Vieira Fazenda, Lima Campos, Raul Perderneiras, Félix Pacheco, Coelho Neto Capistrano de Abreu, Medeiros e Alburquerque, Euclides da Cunha e Olavo Bilac. As revistas ocupariam o espaço dos jornais literários e tal qual na política cada uma abrigava os autores de seu género. Assim, as que vieram a seguir se dividiam. A Fon-Fon era porta-voz dos simbolistas, e a Careta, dos parnasianos, ilustrados pelo traço genial de J. Carlos. A Careta foi a revista mais popular de sua época e podia ser encontrada nas antessalas de consultórios, nas barbearias e nas estações. Sua distribuição inovou ao usar carteiros como entregadores. Nela escreviam Martins Fontes, Olegário Mariano, Aníbal Teófilo, Alberto de Oliveira, Goulart de Andrade, Emílio de Menezes, Bastos Tigre, Luís Edmundo e foi em suas páginas que Olavo Bilac publicou os mais belos sonetos de A Tarde. Marcaram época também O Malho, Ilustração Brasileira e Para Todos, que mais do que informar buscavam repercutir as diferentes manifestações da cultura da elite e, sem dúvida, o que acharam de mais original foi o humor de suas caricaturas.
A Propaganda Impressa no Século XX
As revistas, mais do que os jornais, se prestavam aos anúncios que exigiam maior apuro técnico. No Rio imperavam a Revista da Semana, O Malho, A Careta, Fon-Fon e Ilustração Brasileira. São Paulo lia Vida Paulista, Arara, Cri-Cri e A Lua. Vendo hoje, todas surpreendem pela qualidade de impressão e pelas programações de anúncios em posições fixas. De um modo geral as revistas daquele período eram influenciadas pelo francesismo do art-nouveau, mas a publicidade era um espelho das técnicas comerciais americanas que nos chegavam através das primeiras agências de publicidade a se instalares aqui. Antes delas a publicidade acontecia através do “agenciador de anúncios”, geralmente um funcionário do jornal ou revista responsável pela venda de espaço e através de ilustradores e redatores do próprio veículo, que criavam as peças publicitárias. O Jornal do Brasil detinha o monopólio dos chamados “pequenos anúncios”, hoje conhecidos como classificados, que chegaram a ocupar 85% do espaço do jornal.
Por volta de 1913, um grupo de agenciadores, jornalistas e ilustradores de São Paulo, liderados por Eugénio Leuenroth, fundava a primeira agência brasileira: Castaldi & Bennaton, que logo mudou o nome para A Eclética. Inicialmente trataram de fazer o levantamento dos veículos e dos cartazes ao ar livre. Depois foram conhecer o outro lado: os leitores. Era preciso estudar o mercado consumidor, pesquisando os diferentes públicos e seus padrões de consumo. A seguir desenvolveram acções promocionais organizando salões de automóveis, concursos e prémios nacionais. Foi o início de uma actividade que só fez crescer a partir daí em diante, acompanhando o processo de industrialização do país.
Os periódicos foram sendo influenciados pela profissionalização das agências de propaganda que anunciavam nos jornais ou revistas mais reconhecidos. A opinião pública era cada vez mais estudada e considerada pelos editores.
Quando surgiu o cinema e depois o rádio imediatamente foram editadas revistas como Cena Muda e Revista do Rádio, respectivamente já prenunciando a segmentação do mercado e as oportunidades comerciais dos novos meios.
A Modernização da Imprensa
Foi no Rio de Janeiro que se instalou, em 1906, o Jornal do Brasil e seu moderníssimo equipamento gráfico, com os primeiros linótipos, máquinas de impressão a cores, e sistema foto mecânico. Era o maior parque gráfico da imprensa brasileira e tinha a redacção mais moderna, com máquinas de escrever para toda a equipe de jornalistas. A diagramação também foi reformulada, com o cabeçalho impresso em vermelho e o famoso “L” de classificados na primeira página. No editorial de relançamento a direcção esclarecia que “o jornal não é político nem faz política, tomando o vocábulo na acepção que o uso, entre nós, lhe atribuiu”.
De 1900 a 1910 o Jornal publicou a secção “Queixas do Povo”, um espaço aberto para quem quisesse reclamar do governo. As queixas eram publicadas de graça, dando voz a qualquer cidadão, inclusive a analfabetos, que podiam queixar-se directamente à redacção do Jornal. O espaço era oferecido “a pessoas expostas à acção do Governo e que não dispunham de outro canal de comunicação para manifestar sua indignação”. O Paiz e a Gazeta de Notícias tinham também secções de queixas e reclamações, mas eram jornais comprometidos com o regime, e por isso nem sempre podiam defender os interesses dos queixosos.
Outra inovação do JB aconteceu em 1912, quando passou a dedicar uma página inteira ao desporto. Além disso, a sua equipa de ilustradores reunia os melhores cartunistas e charadistas da época.
A Revolução de 30 significou um retrocesso para as liberdades individuais e políticas. Foi um dos períodos mais difíceis para a imprensa brasileira. A Constituição postiça, “a Polaca”, promulgada em 1936, edificava o arcabouço jurídico de Estado Novo de Getúlio Vargas e instituía o Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP –, com poder de controlar e censurar meios de comunicação. Muitos jornais, revistas e rádios sofreram intervenção, alguns foram impedidos de circular, e muitos foram simplesmente “empastelados”.
Nos anos 50 Pompeu de Souza fez a reforma do Diário Carioca, inovando o estilo jornalístico ao introduzir a técnica do lead e o trabalho de copydesk, realizado por um corpo de redactores cuja missão era valorizar o estilo da redacção.
A reforma do Jornal do Brasil, começada por Odylo Costa Filho, em 1956, revolucionou a linguagem jornalística no Brasil do ponto de vista do texto e, principalmente, da diagramação. O Projeto gráfico do artista mineiro Amílcar de Castro simplificou a página, valorizou as fotos e tornou a leitura muito mais fácil. O Caderno “B” ditava moda e padrões de comportamento além de conferir valor à produção cultural. A Bossa Nova, o Cinema Novo, os concretistas, a arquitectura moderna, os festivais, nada poderia se considerar consagrado sem antes ter saído nas páginas do “B”.
Durante os governos Dutra e Juscelino Kubitschek subvencionaram a importação do papel a pretexto de ressarcir as empresas jornalísticas dos prejuízos produzidos pelo DIP durante a ditadura de Vargas. Na verdade, era um subtil mecanismo de controlo que o governo poderia exercer sobre a imprensa.
Talvez as principais mudanças da imprensa na segunda metade do século XX tenham sido as revistas semanais e a imprensa nanica. Em Setembro de 68 a editora Abril lançava a revista Veja, dirigida por Mino Carta. Três meses depois o governo decretava o AI-5 e impunha todos os instrumentos de controlo da informação. O limite entre o proibido e o permitido era extremamente subjectivo, o que obrigava um vai e vem de editores a Brasília na tentativa, nem sempre bem sucedida, de convencer os censores da inocência das matérias que, se vedadas, poderiam inviabilizar uma tiragem inteira. Veja foi apreendida mais de uma vez, assim como Realidade, Visão, Senhor, Repórter e toda e qualquer publicação que ousasse desrespeitar as proibições da censura.
Da mesma forma que no século XIX jornais eram lançados para alimentar lutas pela independência, abolição e república, durante a ditadura militar nasceram vários tablóides, à frente o Pasquim. Um instrumento poderoso de resistência à ditadura, usando como principal arma o humor. Millôr Fernandes, Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Henfil, Paulo Francis, Flávio Rangel, Ziraldo e Luís Carlos Maciel fizeram pela democracia o que nenhum grupo armado conseguiu: a desmoralização sistemática e implacável do autoritarismo e das figuras públicas responsáveis pelo governo dos militares. O Opinião e o Movimento foram tablóides de vida mais curta, mas tiveram importância, publicando artigos de fundo e críticas ao regime.
O fim da ditadura encontrou uma imprensa que se especializara na metáfora, no ato de informar usando os mais diferentes artifícios para fintar a vigilância da censura federal. Não era fácil de um dia para o outro administrar a liberdade e ter que conciliar os interesses de uma empresa com fins lucrativos e os objectivos de um serviço público cuja missão era, e é, informar com isenção.
Conclusão
Podemos concluir que a imprensa escrita teve um grande desenvolvimento durante o século XX. De um espaço que era controlado pelas censuras para um espaço em que havia liberdade de expressão.
http://www.jblog.com.br/media/57/20070807-090874Capa.gif
http://www.feq.pt/images/escritor/gazeta.jpg
http://www.brasilcult.pro.br/rio_antigo2/jornais/imagens/o_paiz.gif
O Cinema Português, por Fátima Azevedo
Ø Introdução:
Neste tema vou abordar o tema Cinema Português, iniciando com a explicação de como nasceu a arte cinematográfica, abordando seguidamente como Portugal acompanhou o desenvolvimento do cinema, concluindo com exemplos de marcos de Cinema Português.
* Como nasceu o Cinema?
Em 1895, os irmãos Louis e Auguste Lumière conceberam uma câmara facilmente transportável e uma máquina para projectar bobinas de cinetoscópio num grande ecrã. Em 28 de Dezembro desse mesmo ano, alugaram uma cave no número 14 da Boulevard dês Capucines, equiparam-na com cerca de 100 cadeiras e deram o primeiro espectáculo a uma assistência que havia pago bilhete de entrada. Assim nascia o cinema.
O cinema passaria também a ser designado por sétima arte.
Ø Desenvolvimento:
Portugal, também conheceu o cinema mudo nos finais do século XIX. Aurélio da Paz dos Reis é considerado como o pioneiro do cinema em Portugal. Apresentou os seus primeiros filmes no Porto, em 1896 (um ano depois de Lumière), embora não tivessem tido êxito.
O cinema mudo em português acabou por conhecer grande sucesso, em especial com os filmes “Maria do Mar” (1930), de Leitão Barros, e “Douro”, “Faina Fluvial” (1931), de Manuel de Oliveira. Estes dois filmes marcaram o fim do cinema mudo português.
Em Portugal, Leitão de Barros foi o pioneiro do cinema sonoro com “A Severa” (1931), embora a sonorização deste filme tenha sido feita em Paris.
O primeiro filme sonoro totalmente feito em Portugal foi “A Canção de Lisboa” (1933), de Cottinelli Telmo.
Este filme bem como todas as produções cinematográficas portuguesas estiveram sujeitas aos condicionalismos do poder político (estado novo) à semelhança de todos os sectores da arte e da cultura.
O cinema passou a ser uma arte vigiada pela Censura.
Sobrevivendo às guerras, às crises e mesmo à era da televisão, o cinema, inicialmente mudo e depois sonoro, tem permanecido, em todo o mundo, como uma fonte de aventura, romantismo e diversão.
* Exemplos de cinema Português:
® A Aldeia da Roupa Branca:
A “Aldeia da Roupa Branca” é um filme português de 1938, realizado por Chianca de Garcia, e com os actores Aida Ultz, Armando Chagas, Armando Machado, Aurora Celeste, Baltasar de Azevedo, Beatriz Costa, Carlos Alves, Elvira Vélez, Hermínia Silva, João Silva, Joaquim Manique, Jorge Gentil, José Amaro, Manuel Santos Carvalho, Maria Salomé, Mário Santos, Milú, Octávio de Matos, Óscar de Lemos e Sofia Santos.
A "Aldeia da Roupa Branca" foi produzida quase em tempo record: as filmagens começaram a 25 de Agosto de 1938 e estariam concluídas em fins de Outubro do mesmo ano.
O filme tinha por tema um assunto tipicamente português: um panorama pitoresco e cheio de carácter, com um conteúdo quer amável, quer ligeiramente irónico, com muita vivacidade, e com um tom agradável e simpático, constantes.
Imagem: http://www.citi.pt/cultura/teatro/artistas/beatriz_costa/images/img_02.jpg
A Canção de Lisboa:
“A Canção de Lisboa”, 1933, realizado por José Cottinelli Telmo, é o primeiro filme sonoro português, que inaugura o seu principal género cinematográfico: A Comédia Portuguesa.
As suas vedetas mais famosas são: Beatriz Costa, Vasco Santana e António Silva, todos eles protagonistas de “A Canção de Lisboa”.
Esta comédia foi um clássico do cinema português, pois obteve grande sucesso e êxito. Esse êxito deveu-se em parte ao carácter tipicamente português das personagens e das situações que permitia a total identificação dos espectadores com o filme e também à introdução de canções que rapidamente se tornam populares.
Este filme ficará para sempre como um marco e testemunho de evolução do cinema português.
Imagem: http://www.citi.pt/cultura/teatro/artistas/beatriz_costa/images/img_01.jpg
Ø Conclusão:
Com a exploração deste tema, consegui perceber a evolução da arte cinematográfica em Portugal e as influências do cinema na população nacional. Concluindo penso que foi um trabalho bastante lúdico, tendo obtido muita informação sobre o Cinema Português.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
À turma, sobre os trabalhos:
Fotografias de alunas do 12ºB no jantar para o Mundo a Sorrir, dia 7, pelas 19h
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Fomos ao teatro na Sexta, dia 16. No Visões Úteis ao Campo Alegre (Metro: Casa da Música).
“Esta celebração interminável.Vai ser a minha morte.”
Alunas do 12ºB em campanha fotográfica em Gaia!
Estas fotografias (belíssimas como vão ter oportunidade de ver) vão servir para um leilão na escola EB, dia 7 de Dezembro, num jantar volante servido pelo CEF de Empregados de Mesa e os lucros reverterão para a organização Mundo a Sorrir que têm acompanhado alguns alunos do Cerco que necessitam de intervenções a nível dentário. As fotos serão expostas numa exposição, ainda antes do Natal.
A escola agradece-vos.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
O Mundo pré-Segunda-Guerra: a crise de 1929 e a situação dos principais países ocidentais, por Andreia Santos
A crise que se abateu sobre o mundo delineou uma nova ordem mundial. A URSS fora o único país a não sofrer com a crise, graças a seu isolamento e ao regime socialista. Com isso, os soviéticos dependiam apenas deles para se manterem economicamente e, a partir da ascensão de Stalin, a industrialização cresce bastante, apesar de conquistada através de trabalhos forçados e miséria, mas, aos olhos capitalistas, a URSS mostrava-se opulente.
A Alemanha, depois da moratória Hoover, que a isentava de pagar as indemnizações de guerra (o que irritou profundamente os franceses), voltasse para a recuperação de sua indústria e o fim do desemprego e da miséria. Seguindo o modelo italiano, o Estado alemão se encarregou de “abastecer” a população e criar empregos em obras públicas e na remilitarização. Apoiados nas teorias de superioridade da raça germânica e no revanchismo por Versalhes, os alemães ressuscitaram a economia, transformando-se em 1935-36 novamente numa potência, criando uma máquina de guerra impressionante, com armamentos modernos e treinamentos eficazes. Ao contrário, França e Inglaterra não sofreram tanto com a depressão, tinham moedas fundadas no padrão-ouro e uma industrialização regular. A França foi menos afectada pela crise, pois não era tão dependente do mercado internacional quanto a Inglaterra, porém, a partir de 1933, a economia francesa entra em crise O franco se desvalorizava tentando manter o padrão-ouro, enquanto os outros países o haviam abandonado. As importações caíram 60% e as exportações cerca de 70%. Suas indústrias estagnaram e o poderio bélico francês estava ameaçado num momento em que a Alemanha se mostrava muito mais perigosa. A indústria inglesa sofria de um mal muito semelhante, e a produção bélica se estagnara. Além da inferioridade bélica que era evidente entre esses países em relação à Alemanha, havia o temor, ainda latente, de uma nova guerra e das perdas por ela ocasionadas. Isso era observável na política apaziguadora de Chamberlain que, para evitar um novo conflito, acatava as exigências de Hitler, cedendo os Sudetos e aceitando a unificação da Alemanha com a Áustria, o que melhorou a condição económica alemã. Essa política só muda com a deflagração da guerra e a substituição do primeiro-ministro inglês por Churchil. O Japão aparecia como grande potência asiática, uma industrialização crescente e uma moeda forte e dominante no oriente. O poderio bélico era renovado constantemente, servindo também como escapatória para a crise e levando o Japão à conquista de um império, a começar pela Manchúria. Seu domínio no Pacífico incomodava os EUA e a URSS. De aliado na Primeira Guerra, o Japão passou a “inimigo das democracias ocidentais”. Os americanos, após a opulência conquistada no pós-guerra, viam sua economia em decadência após o crash de 1929. Para se reerguer, os EUA se isolaram e adoptaram algumas medidas influenciadas pelo keynesianismo. Esse conjunto de medidas foi chamado de New Deal. Com a implantação desse plano por Roosevelt, inicia-se a era do neocapitalismo ou capitalismo keynesiano, baseado na intervenção do Estado na economia, em lugar do liberalismo de Adam Smith. Com base nisso, o presidente americano aumentou as emissões monetárias, inflacionando o sistema, fez investimentos estatais de monta, proporcionou a realização de inúmeras obras públicas, estimulou uma política de pleno emprego entre outras medidas, o que activou o consumo e possibilitou a progressiva recuperação da economia. Em 1939, o país já contava com uma economia quase tão forte quanto em 1929, e com a guerra ela viria a se fortalecer ainda mais.
A crise de 29 fez ressurgir os nacionalismos e fascismos, precursores da Segunda Guerra Mundial.
Mais uma visão de O Grito de Munch, por Rute Teixeira
O Grito (no original Skrik) é uma pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O pano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista
Vemos ao fundo um céu de cores quentes, em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não um retrato da realidade). Vemos que a figura humana também está em cores frias, azul, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura, como se entortando com o berro, algo que reproduza as ondas sonoras. Quase tudo está torto, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo. Tudo que se abalou com o grito e com a cena presenciada está torto, quem não se abalou (supostamente seus amigos, como descrito acima) e a ponte, que é de concreto e não é "natural" como os outros elementos, continua recto. A dor do grito está presente não só no personagem, mas também no fundo, o que destaca que a vida para quem sofre não é como as outras pessoas a enxergam, é dolorosa também, a paisagem fica dolorosa e talvez por essa característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem.
O Grito de Edward Munch, por Tiago Alves
Edvard Munch frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo, vindo a ser influenciado por Courbet e Manet. No campo das ideias, o pensamento de Henrik Ibsen e Bjornson marcou o seu percurso inicial. A arte era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade de 1886.
Foi aos 30 anos (1893) que ele pintou o quadro “O Grito”, que tem como medida original 91x73.5 cm e está hoje exposto na Galeria Nacional de Oslo. Esta obra é considerada a sua obra máxima. O quadro retrata a angústia e o desespero e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor como na amizade.
Neste quadro vemos no fundo um céu de cores quentes, em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não o retrato da realidade). A figura humana também está em cores frias, cor de angústia e de dor, apresenta-se também sem cabelo o que demonstra um estado de saúde precário. A dor do grito está presente não só na personagem, mas também no fundo, a paisagem fica dolorosa e talvez por esta característica do quadro é que nos identificamos tanto com ele e podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem, como se entrássemos no quadro e víssemos o mundo torto. Há também outra interpretação para este quadro. Na verdade, Munch colocou no quadro o desespero de pessoas de uma ilha onde ocorreu um tsunami e uma erupção vulcânica. É por isso que podemos ver o céu todo laranja, representando a erupção vulcânica, e o rio, representando o tsunami.
Este quadro foi roubado diversas vezes, tendo sido pela última vez encontrado em condições normais pela polícia norueguesa a 31 de Agosto de 2006.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
A traição das imagens em Magritte, por Susana Pereira
A imagem pintada do cachimbo (consciente depois do raciocínio provocado pela frase), a ideia do cachimbo (acesa em nossa mente graças à provocação do artista). Com tantos cachimbos falsos, afinal não tínhamos um verdadeiro.
E não foi só com cachimbos que Magritte armou essas divertidas confusões. Muitos de seus quadros exploraram o uso das palavras, fosse negando o que mostrava a imagem, fosse atribuindo-lhe um novo significado. Assim, um relógio podia aparecer legendado como "o vento", enquanto um cavalo aparecia como "a porta". Segundo ele, "um objecto não está entranhado em seu nome de forma que não possamos encontrar um nome melhor para ele". Estas experiências bizarras com a linguagem traziam para a pintura aventuras que William James explorava na literatura ("a palavra cão não morde") e Wittgenstein na filosofia ("não podemos adivinhar a função de uma palavra sem examinar seu uso, e a dificuldade está em remover os preconceitos que bloqueiam este caminho").
Magritte nasceu em 1898 e morreu em 1967. Ao ser classificado de surrealista, reagiu e disse fazer uso da pintura com o objectivo de tornar visíveis os seus pensamentos. Magritte foi de facto um surrealista, mas foi também um pensador. O seu trabalho é sempre complexo e obriga ao raciocínio, à interpretação e ao estudo. Os quadros de Magritte não podem ser simplesmente vistos. Precisam ser pensados. Todo o surrealismo tem um trago de loucura que revela toda a genialidade.
Magritte detestava falar dos seus dados biográficos, afirmando: “Detesto meu passado, assim como o de qualquer pessoa. Detesto a resignação, a paciência, o heroísmo profissional e os belos sentimentos obrigatórios”
Ao procurar o mistério que envolve as coisas e os seres, Magritte concebeu quadros que, partindo da realidade quotidiana deveriam ter uma lógica diferente da habitual. Magritte representa o mundo do real e do imaginário com uma superficialidade misteriosa, que impõe ao observador a reflexão de que é através da lógica dos seus pensamentos e das suas associações e não da transfiguração sentimental que surge o misterioso.
Magritte cria também uma linguagem pictórica que não podemos ignorar e que permite aprofundar a compreensão habitual do quadro.
E como me “chamou atenção” decidi fazer sobre este mesmo quadro.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
A Prostituta de Rouault, por Ana Sofia
No norte da Europa, a celebração fauvista da cor foi levada a novas profundidades emocionais e psicológicas. A partir de 1905, o expressionismo desenvolveu-se quase simultaneamente em países diversos. O alemão, em especial, caracterizado por cores intensas e simbólicas e imagens exageradas, tendia a abordar os aspectos mais sombrios e sinistros da alma humana.
Embora o expressionismo tenha adquirido caráter nitidamente alemão, o francês Georges Rouault (1871 – 1958) foi quem uniu os efeitos decorativos do fauvismo à cor simbólica do expressionismo germânico. Rouault foi colega de Matisse na academia de Moreau e expôs com os fauvistas, mas sua paleta e sua temática profunda o colocam como um dos primeiros expressionistas, ainda que isolado. A obra de Rouault tem sido descrita como “o fauvismo de óculos escuros”.
Rouault era muitíssimo devoto, e alguns o consideram o maior artista religioso do século XX. Começou como aprendiz de vitralista, e o amor a contornos severos que contenham cores radiantes dão vigor e enternecimento a suas pinturas de prostitutas e palhaços. Ele não julga essas desventuradas figuras, mas a extrema piedade com que as mostra causa poderosa impressão; assim, Prostituta no espelho é um libelo feroz contra a crueldade humana.
O Quadro
A mulher é uma caricatura de feminilidade, embora a pobreza ainda a leve a ataviar-se miseravelmente diante do espelho, na esperança de encontrar trabalho. O quadro, porém, não deprime; antes, oferece a esperança da redenção. Para Rouault, essa obra é, se não exatamente religiosa, pelo menos profundamente moral. Trata-se de uma triste versão feminina dos Cristos torturados que ele pintou, uma figura desacreditada, menosprezada e escarnecida.
A ponte para o futuro:
A Brücke (Ponte) foi o primeiro de dois movimentos expressionistas que surgiram na Alemanha durante as primeiras décadas do século XX. O grupo formou-se em Dresden em 1905, e seus membros encontravam inspiração na obra de Van Gogh e Gauguin e na arte primitiva. Munch também era forte influência, tendo exposto em Berlim a partir de 1892. Ernst Ludwig Kirchner (1880 – 1938), o espírito condutor da Brücke, queria que a arte alemã fosse uma ponte para o futuro. Insistia para que o grupo, no qual se incluíam Erich Heckel (1883 – 1970) e Karl Schmidt-Rottluff (1884 – 1976), “expressasse convicções intimas [...] de modo sincero e espontâneo”.
Os fauvistas, mesmo em seus momentos mais desenfreados, conservavam um sentido de harmonia e projeto, mas a Brücke abandonou tal freio. Seus integrantes usavam imagens da cidade moderna para comunicar com figuras e tons distorcidos a idéia de um mundo hostil e alienante.
Filho de um marceneiro que trabalhava numa fábrica de pianos, Rouault nasceu num dia em que a Comuna de Paris estava a ser bombardeada pelas tropas francesas.
Os seus primeiros contactos com a arte deram-se na Escola de Artes Decorativas. Frequentava essa escola nos seus tempos livres, porque trabalhava como aprendiz no atelier de um mestre vidreiro.
Em 1890 matriculou-se na Escola das Belas Artes de Paris nas aulas dadas por Élie Delaunay. Com a morte de Delaunay, passou a ter aulas com Gustave Moureau que foi também professor de Matisse e de Marquet.
Rouault teve durante alguns tempos da sua vida o cargo de conservador do Museu Moreau.
Em 1908 casou-se com uma pianista de nome Marthe le Sidaner.
Em 1925 foi agraciado com o título de Cavalheiro da Legião de Honra como também já o fora Auguste Renoir.
Com a morte de Rouault o estado francês recebeu da família do artista cerca de oitocentas obras inacabadas.
A sua obra mais importante é, segundo alguns críticos, a série de pranchas que compõem a Miserere. Esta obra que devia ser constituída por 50 pranchas sobre Miserere e 50 pranchas sobre a guerra, acabou por ser formada só por 58 pranchas.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Guernica de Pablo Picasso, por Joana Costa
Pablo Picasso
"GUERNICA" é um óleo sobre tela de autoria de Pablo Picasso, datado de 1937. Executado para o pavilhão da República Espanhola, na Exposição Internacional de Paris. O painel tem as dimensões de 350 x 782 cm. Encontra-se actualmente exposto no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.
A pintura foi feita sem uso de cores, em preto e branco – algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifícios destruídos pelo intenso bombardeio. A composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas.
Composição
1. Touro: representa a resistência espanhola, por simbolizar a tourada, ícone do país. A sua brutalidade pretende representar Franco, que assiste ao trágico espectáculo com fascínio.
2. A mãe inconsolável: ela grita de dor e olha para o céu, após a chuva de fogo que devastou a cidade. Em seus braços, o seu filho morto. A imagem lembra uma versão cubista da pietà, difundida no Renascimento, em que Maria ampara Jesus morto logo após ser retirado da cruz.
3. Guerreiro até ao fim: mutilado, o homem parece ter sido morto apesar da resistência que demonstra. Num dos seus braços há uma espada partida onde cresce uma flor, símbolo de esperança numa nova vida e honra aos que não desistiram de lutar pela sua pátria e pelos seus valores.
4. Cavalo: figura emblemática do quadro, no qual gera várias interpretações. Pela sua expressão, ele sofre como a mulher, mostrando que a natureza também foi brutalmente afectada pelos bombardeios. O animal, dilacerado por uma lança no dorso, olha na direção do touro, como se fosse o espanhol oprimido fitando o algoz Franco.Também serve como interpretação a angústia do povo. Por cima da cabeça do cavalo, está um candeeiro eléctrico aceso, em forma de sol, que sugere o "olho de deus" que tudo vê.
5. Luz: Uma figura fantasmagórica surge do nada e olha espantada o cavalo. Em seu braço disforme, uma lamparina, típica das casas dos camponeses da época, ilumina suavemente a cena.
6. Via crucis: Outra possível interpretação cristã. A mulher, completamente esgotada, caminha em direção à luz produzida pela lamparina e o candeeiro em formato de olho. A figura feminina lembra o sofrimento de Cristo, com uma enorme e invisível cruz nas costas.
7. Fogo dos céus: A figura à direita do quadro parece estar a ser consumida pelas chamas de um edifício a arder. Esta figura é também frequentemente comparada à figura central de "os fuzilamentos" do 3 de Maio de 1808 de Goya. Existe ainda uma semelhança entre os elementos que levaram a ambos os quadros: os dois foram actos de selvagem brutalidade contra pessoas inocentes.
Períodos
Azul (1901 – 1904)
Rosa (1905 – 1907)
Africano (1908 – 1909)
Cubismo Analítico (1909 – 1912)
Cubismo Sintético (1912 – 1919)
Período Azul
Obras sombrias de tons azul e verde, ocasionalmente usando outras cores. Desenhava prostitutas e mendigos, influenciado por viagens pela Espanha com o seu amigo, Carlos Casagemas. O arlequim tornou-se um símbolo para Picasso.
Período Rosa
Estilo mais alegre de tons rosa e laranja, com muitos arlequins. Muitas das pinturas foram influenciadas por Fernande Olivier.
Período Africano
Figuras inspiradas na África, com especial destaque no quadro Les Demoiselles d'Avignon. As ideias neste período levaram então ao Cubismo.
Cubismo Analítico
Um estilo desenvolvido com Braque, tons de castanho monocromáticas. Usaram objectos e analisaram as suas formas.
Cubismo Sintético
Estilo com fragmentos de papel colados em composições. Marcando assim o primeiro uso da colagem na Arte Plástica.
Conclusão
Para muitos esta obra é a síntese da força e da energia do artista. O acontecimento que inspirou o conhecido quadro foi a própria cidade de Guernica, capital da província Basca, a qual a 26 de Abril de 1937 foi alvo de bombardeamentos por parte de aviões alemães por ordem do General Franco. Dos 7000 habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos. A destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregado na 2ª Guerra Mundial. O Mural constituiu uma visão profética da desgraça.
Para mim, a obra significa mais de que a demonstração de repúdio e revolta do artista sobre o acontecimento, significa a dor e a indignação de um povo perante algo que não conseguiram evitar. Demonstra também uma forma de esperança e de luz, perante um mundo cheio de crueldade mas também de força. Para mim é o antes, o agora e o depois.
Bibliografia
¢ http://www.wikipédia.org/
¢ http://www.uc.pt/iej/alunos/1998-99/guernica/
¢ http://historia.abril.uol.com.br/2006/edicoes/grandesmomentos/mt_228551.shtml#texto
- Foi você quem fez isto?
Ao que Picasso respondeu:
- Não, foram vocês!
A Persistência da Memória de Salvador Dali, por Fátima Azevedo
Salvador Dali baseava-se no Surrealismo. O Surrealismo procurou ultrapassar a percepção convencional e tradicional da realidade. Recusando uma rígida unidade estilística, o surrealismo concretizou-se num espectro muito alargado de linguagens que iam desde o realismo mais minucioso de Dali, de Magritte e de Paul Delvaux, às tendências mais abstractas de Miró ou de Hans Arp, englobando expressões como a pintura, a escultura, a fotografia ou o cinema. Foi desaparecendo enquanto movimento organizado com o surgir da Segunda Guerra Mundial, o Surrealismo teve repercussões consideráveis para o desenvolvimento de muitas das correntes artísticas da segunda metade do século XX.
Wassily Kandinsky - Yellow, Red, Blue 1925, por Andreia Teixeira
Já na década de 1910 Kandinsky desenvolve seus primeiros estudos não figurativos, fazendo com que seja considerado o primeiro pintor ocidental a produzir uma tela abstracta. Algumas das suas obras desta época, como "Murnau - Jardim I" (1910) e "Grüngasse em Murnau" (1909) mostram a influência dos Verões que Kandinsky passava em Murnau nessa época, notando-se um crescente abstraccionismo nas suas paisagens.
Comentário:
A arte abstracta ou abstraccionismo não representa objectos próprios da nossa realidade concreta exterior. Usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representativa". Surge a partir das experiências das vanguardas europeias, que recusam a herança renascentista. Ainda que fosse representativa e figurativa, procurava sintetizar os elementos da realidade natural, fugindo à simples imitação daquilo que era "concreto". Kandinsky utiliza cores extremamente fortes para caracterizar o seu estado de espírito no momento, todas as formas geométricas são características do abstraccionismo do pintor.
Merry Structure de Kandinsky, por Andreia Filipa S. Santos
O jogo de formas geométricas e as cores vibrantes são bem visíveis, como também as linhas de contorno. Todas estas manchas de cor e linhas são transformados em ideias e simbolismos subjectivos. Nesta pintura verifico que Kandinsky utiliza cores puras em pinceladas rápidas, tensas e violentas.
Ceci n'est pas Magritte, por Luísa Vieira
René François Ghislain Magritte(Lessines,21 de Novembro de1898-Bruxelas,15 de Agosto de 1967)
Pintor surrealista,nasce em 1898,Bélgica. Em 1912 sua mãe comete suicídio e Magritte está presente quando é retirado o cadáver do rio Sambre.
Em 1916,entra para a Académie Royale des Beaux-Arts,bruxelas,onde estuda por dois anos;durante esse periodo conhece Georgette Berger,com quem viria a casar em 1922.
Trabalha numa fábrica de papel de parede e é designer de cartazes e anúncios até 1926,quando o contrato com a Galerie la Centaure,fez da pintura a sua principal actividade.No mesmo ano cria a sua primeira pintura surrealista o "Le jockey perdu".Em 1927 apresenta a sua primeira exposição e muda-se para Paris,onde se envolve nas actividades do grupo surrealista,tornando-se grande amigo dos poetas Paul Èluard e André Breton e do pintor Marcel Duchamp.Mais tarde,Magritte retorna a Bruxelas e permanece na cidade durante a ocupação nazi,na Segunda Guerra Mundial.
Os suas obras foram expostas em 1936,Nova York,EUA,e em mais duas exposições retrospectivas na mesma cidade,uma no Museu de Arte Moderna(1965) e outra no Metropolitan Museum of Art(1992).
Magritte morre em 1967 vitima de cancro e é sepultado no Cemitério Schaarbeek,em Bruxelas.
Obra
O estilo de René Magritte era o surrealismo realista ou "realismo mágico".Iniciou-se imitando a vanguarda mas necessitava de uma componente mais poética como a da pintura metafísica de Chirico.
Magritte,pintor de insólitas imagens utilizou-se de processos ilusionistas:o contraste entre o tratamento realista dos objectos e a irreal atmosfera dos conjuntos.
Iniciou-se em França por volta de 1919,o seu nome foi-lhe atribuído pelo poéta Apollinaire,em 1917,aquando da representação do bailado"Parade" de Erik Satie,em Paris.
No campo conceptual,este movimento surgiu à semelhança do Dada como reacção à cultura e à civilização ocidentais e a tudo o que elas representassem,em particular o racionalismo e o convencionalismo;a estes valores opuseram outros:a liberdade e a irracionalidade,através de obras que utilizaram o sonho,a metáfora,o ínsólito,o inverosímil,contribuindo para a elevação do espirito,separando-o da matéria;aplicando ensinamentos de Freud e da psicanálise e até as teorias de Marx.
Em termos estéticos baseou-se no Romantismo e no Simbolismo(finais séc.XIX),em especial nas obras de Gustave Moreau e Odilon Redon;manteve contacto com a pintura metafísica(Chirico)e identificou-se com trabalhos de Picasso e Klee.Esta visão do mundo não exclusiva dos surrealistas,já apareceu no passado com Bosch(1450-1516) e com Arcimboldo(1537-1593).
Comforme os ideais enunciados no Manifesto Surrealista,as obras deste movimento seriam executadas à margem da razão,sem moralismos ou preocupações estéticas racionalizadas;a associação de ideias seria livre segundo a prática do "automatismo psíquico".
Plasticamente,utilizaram influências técnicas do Dadaísmo:
»-colagem,fronttage,assemblage,dripping e decalcomania com Max Ernst.
»-"desenho e pintura automáticos"com Masson.
»-técnicas clássicas,formas fantasmagóricas e "trompe-l´oeil" com Dalí,Magritte e Yves Tanguy.
As temáticas variavam entre:
»-o erotismo,o onírico e o sonho que revelavam o inconsciente.
»-o mundo da magia e de todas as forças alheias à racionalização e o senso comum.
Os autores mais importantes foram os pintores:
Max Ernst (1891-1976)
André Masson (1896-1987)
Yves Taguy (1900-1955)
Salvador Dalí (1904-1989)
René Magritte (1898-1967)
Paul Delvaux (1897-1994)
Juan Miró (1893-1983)
Man Ray (1890-1976)
Francis Picabia (1879-1953)
Marc Chagall (1887-1985)
...e algumas obras de Klee e Picasso;e os escultores Hans Arp,Giacometti e Moore.
Edward James,coleccionador inglês,fotografia de Man Ray.Um violento clarão,uma explusão de luz tomaram o lugar do rosto/cabeça que foi decapitada;o artista substituiu a verdade da arte pela representação,reprodução e repetição típica desta técnica.A sua ideia é que o instantâneo fotográfico,em vez de reconhecer a realidade,representa uma operação mecânica e uma manipulação que transforma a luz e a sombra numa ilusão errada.Sendo Magritte um fotógrafo pretende dar uma interpretação irónica ao trocar a posição das mãos e a colocar a pedra do outro lado.O retrato não é pintado para a frente mas antes parece ter sido empurrado para trás,através da tela e da luz do que é visivel,que sempre tem mais tendência para ocultar do que mostrar.Magritte pretende demonstrar que aquilo que vemos está,de facto,a esconder-nos alguma coisa,enquanto o que é invisivel é incapaz de continuar oculto;é até possivel mostrar o que não pode ser monstrado,ordenando as figuras visiveis de forma que possam ser apreciados os limites do visivel,porém só por si a pintura não poderia ultrapassar esses limites.
O Princípio do Prazer é o exemplo do princípio da pintura como afirmação sensorial cheia de realidades abstratas,inversão e perversão do mundo habitual em favor de um mais real,ou seja,a troca de um mundo de mandamentos e proibições por outro misterioso,uma promessa a que a arte e o pensamento deveriam responder.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Neste blog: as Provas de Exame da Disciplina de História
Como analisar uma obra de arte (alguns princípios)
· Analisar uma obra como um documento que se inscreve no contexto de uma época
· Exprimir um comentário pessoal sobre uma obra de arte
Uma obra de arte, qualquer que seja a sua forma, é simultaneamente:
Þ Um testemunho do sentido do belo do seu criador
Þ Um documento histórico
Þ Um diálogo, afectivo ou intelectual, entre a obra de arte e o seu espectador, no caso das artes visuais
Þ Ajudar a apreender as técnicas utilizadas pelo autor para transmitir a sua mensagem
Þ Mostrar como a obra de arte é a expressão de um dado contexto histórico
Þ Sensibilizar para a fruição dos valores estéticos
Como analisar uma pintura
Deve ter-se sempre em conta certos dados técnicos que diferem de época para época, ou de autor para autor
1. Observar atentamente as informações dadas na legenda da obra : autor ; título ; data da execução; suporte ; dimensões; lugar de conservação
2. Obter dados sobre o autor : data e lugar de nascimento e morte ; origem social ; anos e lugares de formação; idade aquando da realização da obra; outras obras suas
3. Reconhecer o tipo de assunto representado : cena religiosa ; histórica ; mitológica; alegoria ; retrato ; paisagem ...
(se e quando apareceu ao público ; acolhimento...)
4. Analisar o assunto propriamente dito : descrever o que está representado ; lugares ; enquadramento da cena; personagens; acção das personagens ; objectos..
Deve tentar perceber-se porque é que o autor pintou um quadro com aquelas dimensões e não outras, proceder à análise da cena, do enquadramento desta, dos móveis, dos objectos representados, da paisagem, da posição das personagens, identificando-as, como estão vestidas, em que atitude se encontram , etc.
Análise plástica /A técnica pictural
A composição __ Quais são as linhas que organizam o quadro? Isto é, a organização das figuras segundo esquemas geométricos ou não, com eixos bem marcados ou não, segundo leis de perspectiva ou sem elas (como é criado o sentido de profundidade)
O desenho __ qual é a função da linha, a sua espessura e forma? Tem um papel fundamental ou acessório?
As cores __ Quais são as cores dominantes?, cores quentes ou frias?, fundamentais ou complementares?
A luz __ De onde vem a luz? Está repartida uniformemente? Qual é o seu efeito?
A técnica de pintura __ mancha larga, pontilhada, linear, sfumato, modelado
A matéria __ óleo, têmpera, etc
Deverá analisar se o olhar do espectador é atraído para algum ponto em especial e porquê ; o que se pretende traduzir com determinadas cores ; se o emprego de determinada técnica marca decididamente o estilo do autor; se o emprego de determinadas matérias representa um avanço em relação a outros, inserção ou não nas técnicas comuns, etc
Porquê este tema ? Porquê esta técnica ? Porquê este estilo? Que efeito pretendeu produzir no público? Insere-se numa corrente artística ou rompe com as correntes dominantes?
A resposta a estas questões levará à descoberta de problemas relacionados com: tipos de encomendas , ideias perfilhadas pelo autor, mentalidade dominante ; tipo de materiais colocados à sua disposição, influências de outros artistas, etc
Comentar do ponto de vista pessoal uma obra de arte, é exprimir a sua adesão ou não, à obra, quer do ponto de vista intelectual, quer do ponto de vista afectivo, justificando a sua posição
Conclusão
Com as informações fornecidas pela análise do quadro poderá concluir do valor histórico do documento que analisou, isto é, de que modo é que ele serve ou não de testemunho da sua época, fornecendo elementos de índole económica, social, política, religiosa e artística.
Prostituta ao Espelho, Georges Rouault
Exames nacionais passam a incidir só sobre o 12º ano?
18.10.2007, Isabel Leiria
Alteração das regras diz respeito a disciplinas leccionadas nos três anos do ensino secundário, como Português e Matemática
Afinal, a excepção criada no passado ano lectivo vai tornar-se regra. Os exames nacionais às disciplinas trienais realizados no final do 12.º ano vão incidir apenas sobre a matéria dada nesse ano. O Ministério da Educação voltou a alterar a legislação relativa à avaliação externa e determina agora que os alunos já não vão ser examinados sobre as matérias aprendidas ao longo de todo o ensino secundário.A portaria, assinada pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, foi publicada a 4 de Outubro e, de acordo com as novas normas, disciplinas como Português, leccionada no 10.º, 11.º e 12.º, em todos os cursos científico-humanísticos (mais orientados para o prosseguimento de estudos), só vão ser sujeitas, em termos de avaliação externa, a uma prova nacional que versa a matéria dada apenas no último ano. Já tinha sido assim em 2006/2007, mas o ministério invocou então a necessidade de colocar todos os alunos, da antiga e da nova reforma, em condições de igualdade. Na nova portaria não se fala em regime excepcional e altera-se o artigo correspondente. Para além do Português, os estudantes têm ainda de fazer outro exame nacional (obrigatório para a conclusão do secundário e para o ingresso no ensino superior, no caso de servirem de provas específicas) a uma segunda disciplina trienal. Que é variável consoante o curso. Assim, os alunos de Ciência e Tecnologias e de Ciências Sócio-Económicas, que têm Matemática A como disciplina trienal, quando chegarem ao 12.º, terão de fazer este exame, mas que incidirá sobre matéria deste ano e não dos três em que a tiveram. No caso dos estudantes de Línguas e Humanidades, repete-se a situação, mas em relação a História A ou a uma das línguas estrangeiras escolhidas. Para os de Artes Visuais, acontecerá a Desenho A. Quanto às duas disciplinas bienais, as regras mantêm-se e os exames vão versar os conhecimentos obtidos ao longo do 10.º e 11.º, ou do 11.º e 12.º, consoante o ano em que os alunos tenham iniciado a cadeira. O PÚBLICO tentou perceber junto do assessor de imprensa do ministério a razão da alteração mas não obteve resposta.