quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A Europa Ocidental no pós-Guerra, por Andreia Teixeira, Andreia Santos, Fátima e Susana Pereira

No fim da guerra, a Europa Ocidental conheceu importantes mudanças relativamente aos regimes políticos e às forças partidárias.
Depois da 2ª Guerra as novas coligações parlamentares procuraram corresponder melhor às expectativas das populações e um novo consenso político, que defendia a intervenção do estado.
No pós-Guerra , as forças conservadoras tradicionais, com fortes ligações aos regimes depostos, sofreram um declínio.
As forças de esquerda –comunistas e socialistas- que tinham participado activamente nos movimentos e organizações de ressistência durante a Guerra e defendiam uma maior justiça social, ganharam força.
Os partidos socialistas tiveram oportunidade para concretizar as transformações da sociedade e do Estado que preconizava a social-democracia1.
Uma outra força se afirmou no final da Guerra: a Democracia Cristã2 – Com pouca expressão política antes da Guerra, esta força teve origem nos movimentos de inspiração cristã, da acção católica e do sindicalismo cristão. Desempenhou também um papel na luta contra o nazismo e o fascismo.

1 Social-Democrata – Corrente política que, ao contrário do socialismo revolucionário, pretende a construção do socialismo por processos gradualistas e reformistas, defendendo a compatibilidade das instituições democráticas com os princípios igualitários do socialismo. Pretende juntar à democracia política a democracia social.
2 Democracia Cristã – Corrente política que se afirma nos partidos políticos que se formam depois da 2ª Guerra Mundial, na Europa Ocidental. Aliam a defesa da doutrina social da Igreja de protecção dos mais desfavorecidos com a defesa da propriedade privada.

A Prosperidade Económica e a Sociedade de Consumo

Os EUA lideram as democracias liberais não só em termos de política de defesa contra o comunismo mas também na edificação no sistema ocidental de economia capitalista.
Até 1945, o crescimento do capitalismo3 fora relativamente lento. Daí em diante houve um crescimento forte, é regular e permanente e uma prosperidade económica sem precedentes.
Na Europa, com os mercados coloniais perdidos faltavam matérias primas; a produção, as redes de transportes e o comércio estavam arruinados.
As trocas que deveriam ajudar a restablecer a complementaridade entre as economias europeias, deparavam com múltiplos obstáculos: direitos alfandegários elevados e as moedas, arruínadas pela inflação, eram inconvertíveis.
O auxílio económico do Plano Marshall apoiou os esforços de reconstrução e contribuiu para a rapidez da recuperação dos países da OECE.
O sector agrícola, mais devastado pela guerra, desenvolveu-se mais lentamente, mas a indústria europeia, asseguradas as importações de matérias primas, energias e bens de equipamento, desenvolveu-se rapidamente.
Em 1951, a Europa estava reconstruída.

3 Capitalismo - Sistema económico em que a maioria dos meios de produção é privada, que assenta na livre empresa e na iniciativa individual e cujo principal objectivo é assegurar o lucro.