sexta-feira, 4 de abril de 2008

O Fomento Económico das Colónias, por Andreia Santos e Andreia Teixeira

Luanda, Angola, e a Barragem de Cabora Bassa, Moçambique
Anos 60

Introdução
No período seguinte ao fim da guerra, o fomento económico das colónias passou também a constituir uma preocupação do Governo Central, no âmbito da alteração da política colonial. Nos inícios dos anos 50, o conceito de província ultramarina não se coadonava com as formas tipicamente coloniais de exploraçã dos territórios africanos. O entendimento das colónias como extensões naturais do território metropolitano tinha, forçosamente, de levar o Governo de Salazar a autorizar a instalação das primeiras indústrias como alternativa económica à exploração do trabalho negro nas grandes fazendas agrícolas.

O Fomento Económico nas Colónias

As colómias africanas adquiriram um papel económico importante durante a guerra. O preço dos produtos coloniais aumentou e o valor das exportações dos produtos passou para metade do preço. A legislação sobre a instalação de industrias foi alterada devido às dificuldades do tráfego marítimo que prejudicou o abastecimento das colónias em produtos manufacturados. Em 1944, foi autorizada a primeira fábrica de algodão em Angola e Moçambique. Os industriais portugueses estavam interessados em transferir capitais e técnicas para as colónias. Assim, começou a industrialização das colónias.
No fim da 2ª guerra mundial, Portugal dispõe de capital para desenvolver as colónias. São então lançadas grandes obras de infra-estruturas, de modo a reforçar a interdependência no espaço económico nacional e criar um “ espaço económico português”.
Ao abrigo do Plano Marshall destinam-se verbas para o desenvolvimento do Ultramar. Com a produção de energia eléctrica e de cimento certas industrias conhecem grande desenvolvimento (Angola e Moçambique). Crescem também os sectores agrícola e extractivo, virados para os mercados externos. Os trabalhadores recrutados para trabalhar para a África do Sul são, uma importante fonte de divisas.
Para consolidar a presença portuguesa em África há projectos de colonização e de povoamento agrícola com populações brancas da Metrópole. Os projectos de colonatos não tiveram os resultados esperados, porque as infra-estruturas ficaram dispendiosas, a produção era insatisfatória e causaram a insatisfação das populações locais, que tiveram de ser deslocadas. A emigração para África aumentou.
Depois dos anos 60 até 1974 o desenvolvimento acentuou-se (em Angola a indústria transformadora cresce apoiada no crescimento do mercado interno e nas exportações dos outros sectores industrias e agrícola para o mercado externo). As guerras coloniais estimularam o crescimento da economia e a construção de infra-estruturas.

A defesa da política de integração

Os principais grupos económicos portugueses, através de empresas próprias ou associadas ao capital estrangeiro, tinham vindo a desenvolver nas colónias, mas muito especialmente em Angola, e sobretudo a partir dos anos 60, uma vastissíma rede de interesse que se estendia a todos os principais domínios das actividades produtivas, do transporte marítimo, do comércio interno e externo, da banca e dos seguros.
O peso específico e a natureza desses inetresses na estratégia de alguns grupos, ou na de outros grupos empresarias mais pequenos fazia deles uma decidida componente da corrente defensora do integrismo político e económico com as colónias, contra as opções europeístas e de índole reformadora dentro do regime.

Fernando Rosas, “as mudanças invisíveis do pós –guerra”, O Estado Novo, Círculo de Leitores

Conclusão
Entre os anos 50 e 70 dá-se o desenvolvimento económico das colónias, com a viragem para África do Estado e dos grupos económicos apoiado pela abertura do capital estrangeiro e dinamizado com a presença das tropas depois do inicío das guerras coloniais.

Cartaz da Companhia Colonial de Navegação

Andreia Santos, nº2
Andreia Teixeira, nº3
12ºB